Nos últimos anos, tornou-se comum o uso de dispositivos como relógios e pulseiras para monitorar aspectos de nossa saúde, como sono, batimentos cardíacos e níveis de oxigênio no sangue. Com o avanço da tecnologia, novas empresas de saúde com os exames de sangue que prometem prever doenças oferecem soluções ainda mais avançadas, prometendo “hackear” a saúde das pessoas através de exames de sangue que monitoram biomarcadores e revelam a “idade biológica real” do corpo.
Biohacking e a Medição da Saúde
Essas empresas utilizam o termo “biohacking” para descrever a reprogramação do corpo, semelhante à forma como hackers reprogramam computadores. Agora, empresas nos EUA e Europa estão oferecendo exames de sangue que monitoram biomarcadores – sinais mensuráveis no corpo, como moléculas, genes, hormônios e vitaminas. Esses dados são coletados regularmente e utilizados para diversos serviços, incluindo a determinação da “idade biológica real” através do “relógio epigenético”.
O Relógio Epigenético
A “idade biológica” de uma pessoa pode diferir da sua idade cronológica. Por exemplo, uma pessoa de 60 anos pode ter um corpo que funciona como o de alguém de 50 anos, com base em seus biomarcadores. Um dos processos analisados é a metilação do DNA, uma modificação química nas células que está associada ao envelhecimento biológico. Estudos sugerem que é possível conter e até reverter a metilação do DNA, alterando hábitos de vida e tomando suplementos.
Prevenção de Doenças
Além de determinar a “idade biológica”, esses biomarcadores podem servir como alertas para doenças como câncer. No entanto, especialistas alertam que essa prática pode gerar uma demanda desnecessária por serviços caros e levar a diagnósticos equivocados. A tecnologia ainda não é 100% precisa e pode resultar em falsos positivos, causando ansiedade e tratamentos desnecessários.
Idade Biológica: Um Conceito Antigo com Tecnologia Nova
Monitorar biomarcadores não é uma ideia nova. Exames de sangue tradicionais já avaliam biomarcadores como a hemoglobina A1c para diagnosticar diabetes. A novidade reside nas tecnologias avançadas para analisar esses dados e na redução dos custos dos exames. Empresas como a Lifeforce e a Function Health, nos EUA, oferecem planos de assinatura para monitoramento regular de dezenas de biomarcadores, prometendo uma análise detalhada e personalizada da saúde do cliente.
O Modelo de Negócios
Essas empresas adotam um modelo de assinatura, semelhante ao da Netflix ou Spotify. Os clientes têm seu sangue examinado periodicamente, seja em centros de coleta ou através de kits caseiros. A Lifeforce, por exemplo, cobra uma taxa mensal para monitorar 40 biomarcadores e oferecer acompanhamento médico personalizado.
Medicina 3.0
Empresas de biomarcadores promovem a ideia de “Medicina 3.0”, que foca na prevenção em vez do tratamento de doenças. Livros como “Outlive” do Dr. Peter Attia defendem a monitoração regular de biomarcadores para prevenir condições graves como doenças cardíacas e câncer. O exame Galleri, da empresa GRAIL, verifica mais de um milhão de locais no DNA para detectar sinais de câncer, exemplificando o avanço da tecnologia nessa área.
Críticas e Desafios
A proliferação dessas empresas também atrai críticas. Pesquisadores alertam que a pressão por exames frequentes pode estar mais alinhada com interesses econômicos do que com a saúde dos pacientes. A precisão dos testes é uma preocupação, com falsos positivos gerando medo e custos desnecessários. Mandl, da Harvard Medical School, destaca a necessidade de mais regulamentação e educação para os consumidores sobre os riscos e benefícios desses exames.
O Caminho a Seguir
Empresas como a Lifeforce estão trabalhando para melhorar a precisão dos exames usando inteligência artificial, que analisa múltiplos biomarcadores e histórico familiar simultaneamente. No entanto, é crucial que os consumidores estejam cientes das limitações e dos perigos das promessas de longevidade e saúde perfeita. A regulamentação adequada e a educação do público são essenciais para garantir que esses avanços beneficiem realmente a saúde das pessoas e não apenas os lucros das empresas.
Os Exames de Sangue que Prometem Prever Doenças e Revelar a ‘Idade Real’ do Corpo
Os exames de sangue que prometem prever doenças e revelar a “idade real” do corpo representam um avanço significativo na medicina preventiva. No entanto, é importante abordar esses serviços com cautela, considerando as críticas e os riscos envolvidos. Com a regulamentação adequada e a conscientização dos consumidores, esses avanços podem realmente contribuir para uma saúde melhor e uma vida mais longa.
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