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 A Alta do Dólar e Impactos Econômicos no Brasil em 2024

 A Alta do Dólar e Impactos Econômicos no Brasil teve relevancia significativa,  uma alta significativa de 1,16%, fechando cotado a R$ 5,518 na quarta-feira (26). Este é o maior valor nominal desde 18 de janeiro de 2022, refletindo um movimento de valorização generalizada da moeda americana frente a outras divisas no cenário internacional. Essa alta foi impulsionada por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a situação fiscal do Brasil, gerando incertezas no mercado.

 Declarações Presidenciais e Reação do Mercado

Na manhã de quarta-feira, o presidente Lula questionou a necessidade de cortes de gastos para melhorar o equilíbrio fiscal do governo. Ele sugeriu que, ao invés de cortes, poderia ser necessário aumentar a arrecadação. “O problema não é que tem que cortar. Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação”, afirmou Lula em entrevista ao UOL.

Lula acrescentou que seu governo está analisando se há “gasto exagerado”, mas que essa análise está sendo feita “sem levar em conta nervosismos do mercado”. As declarações do presidente geraram um aumento na cautela dos investidores, contribuindo para a alta do dólar.

 Desempenho do Real e Influências Externas

O desempenho do real brasileiro seguiu o movimento das moedas no exterior. No final da tarde, o dólar registrava avanços em relação a uma cesta de divisas fortes, especialmente contra o iene japonês, que atingiu seu menor nível desde 1986. As moedas de países emergentes também apresentaram quedas frente ao dólar.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos registraram forte alta, influenciados por comentários de uma diretora do Federal Reserve (Fed) sobre o futuro da política de juros dos Estados Unidos. Essa alta nos rendimentos torna a renda fixa americana mais atrativa, direcionando recursos para o mercado dos EUA e penalizando economias emergentes e ativos de renda variável.

 Impactos na Bolsa Brasileira

A valorização do dólar exerceu pressão sobre a Bolsa brasileira durante boa parte do dia. Contudo, o Ibovespa conseguiu fechar em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos, impulsionado pelo desempenho de empresas exportadoras como a Vale.

Luís Moran, chefe da EQI Research, destacou que a Bolsa brasileira continua com volume fraco, o que amplifica os movimentos de preço. Ele ressaltou que para a Bolsa deslanchar, é necessário um fluxo de recursos, especialmente de investidores estrangeiros, algo que depende de cortes nos juros pelo Federal Reserve. “Nós estamos meio que nesse limbo”, afirmou Moran.

Situação Econômica e Inflação

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou para 0,39% em junho, após marcar 0,44% em maio, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro, que projetava uma nova variação de 0,44%.

Em um período de 12 meses, o IPCA-15 acumulou uma inflação de 4,06%, superior aos 3,70% registrados até maio. César Garritano, economista-chefe da Somma Investimentos, avaliou que a dinâmica da inflação no curto prazo está favorável, mas alertou para riscos nos próximos meses devido à desancoragem das expectativas de inflação e à desvalorização do real.

Garritano destacou que há espaço para uma melhora nas expectativas. No cenário doméstico, a continuidade de contas externas favoráveis e uma política monetária apertada podem ajudar a reduzir a inflação. No cenário internacional, um possível corte de juros nos EUA também poderia ser benéfico para a economia brasileira.

 

A alta do dólar nesta quarta-feira reflete uma combinação de fatores internos e externos. As declarações do presidente Lula sobre a situação fiscal do Brasil e os movimentos no mercado internacional contribuíram para esse cenário. Enquanto o real continua pressionado, a Bolsa brasileira mostra resiliência, embora com volumes fracos. A inflação, por sua vez, apresenta sinais mistos, com uma desaceleração no curto prazo, mas com riscos no horizonte. As políticas monetárias, tanto no Brasil quanto nos EUA, serão cruciais para determinar os próximos passos da economia brasileira.

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ezequielsouzatrindade0

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