A crise financeira de 2008 e a pandemia de COVID-19 deixaram marcas profundas na Geração Z e os Investidores da Geração Y , influenciando suas escolhas financeiras e levando-os a explorar novas áreas além do mercado de ações tradicional. Dados recentes do Bank of America Private Bank destacam essas mudanças de comportamento entre os investidores mais jovens.
Jovens Investidores Buscam Alternativas
Muitos jovens investidores perderam a confiança no mercado de ações nos últimos anos. Como resultado, começaram a buscar investimentos alternativos e colecionáveis como fontes potenciais de retorno. Isso é particularmente evidente quando comparamos suas estratégias com as de investidores mais antigos.
Segundo uma pesquisa conduzida pelo Bank of America Private Bank, em colaboração com a empresa de pesquisa de mercado Escalent, mais de 1.000 indivíduos de alto patrimônio líquido nos Estados Unidos foram entrevistados. Esses indivíduos possuem mais de US$ 3 milhões em ativos para investir, excluindo suas residências principais. Os dados revelam que 72% dos investidores entre 21 e 43 anos acreditam que não é mais possível obter retornos acima da média investindo apenas em ações e títulos tradicionais. Em contraste, apenas 28% dos investidores acima de 44 anos compartilham dessa visão.
A composição das carteiras reflete essa mudança: enquanto ações representam 28% das carteiras dos investidores mais jovens, esse número sobe para 55% entre os mais velhos. Em contrapartida, investimentos alternativos e criptomoedas compõem 31% das carteiras dos jovens investidores, comparado a apenas 6% das carteiras dos investidores mais antigos.
Memórias da Crise de 2008
As experiências traumáticas da crise financeira de 2008 e da pandemia de COVID-19 têm um impacto significativo nas decisões de investimento dos jovens. Michael Pelzar, chefe de investimentos do Bank of America Private Bank, explica que a geração Millennials viveu duas grandes correções de mercado durante seus anos formativos: a recessão de 2000 e a crise financeira de 2008-2009, com a pandemia sendo a “cereja do bolo”.
Essas experiências moldaram a maneira como os Millennials veem a alocação de ativos, a diversificação e o risco. Em contraste, as gerações mais antigas possuem um conjunto de dados mais extenso, o que influencia diretamente suas expectativas de retorno sobre diferentes classes de ativos no futuro.
O Acesso aos Investimentos Mudou
Outra razão pela qual os jovens estão mais inclinados a explorar investimentos alternativos e criptomoedas é o acesso facilitado a essas opções. Até recentemente, muitos desses investimentos não estavam disponíveis para o público em geral.
A criptomoeda, por exemplo, só surgiu com o Bitcoin em 2008. Além disso, plataformas de fintech e investimento tornaram mais fácil para as pessoas negociarem uma variedade de ativos de forma rápida e barata, “democratizando o acesso” a esses mercados. Essas plataformas existem há pouco mais de uma década, criando um ambiente mais acessível para novos investidores.
Com mais opções à disposição, os jovens têm um “conjunto mais amplo de categorias de ativos” para explorar, o que aumenta seu interesse por alternativas além das ações e títulos tradicionais. Pelzar observa que o interesse em investimentos alternativos está crescendo entre todos os clientes do Bank of America Private Bank, com os ativos de investimento alternativo duplicando nos últimos cinco anos.
O Risco dos Ativos Alternativos
Embora os investimentos alternativos e criptomoedas sejam atraentes, eles também são notoriamente arriscados e voláteis. Isso pode causar preocupações entre os consultores financeiros, especialmente quando os jovens dedicam quase um terço de suas carteiras a essas classes de ativos.
Pelzar enfatiza que “a educação é fundamental” para ajudar os investidores a gerenciar esses riscos. Ele também sugere que os jovens busquem orientação de profissionais financeiros para tomar decisões informadas sobre alocação de investimentos, especialmente quando se trata de ativos complexos.
É crucial que os investidores compreendam as características únicas de diferentes classes de ativos. O uso de alternativas só se torna problemático se implementado de forma inadequada, ressaltando a importância de contar com a expertise de profissionais financeiros.
Tendências Futuras
A tendência de buscar investimentos alternativos e criptomoedas entre os jovens investidores parece estar longe de diminuir. Com a contínua evolução das plataformas de fintech e a crescente democratização do acesso a diversas formas de investimento, é provável que veremos ainda mais jovens se afastando dos investimentos tradicionais em busca de novas oportunidades.
Os investidores mais jovens estão moldando o futuro dos mercados financeiros com suas estratégias diversificadas e inovadoras. Eles aprenderam com as crises passadas e estão mais preparados para enfrentar os desafios futuros com uma abordagem mais flexível e abrangente em relação aos seus investimentos.
O Novo Panorama do Investimento
Em suma, a Geração Z e os Millennials estão redefinindo o cenário dos investimentos. Com uma desconfiança crescente nos mercados tradicionais e uma abertura para alternativas como criptomoedas, imóveis e capital privado, esses jovens investidores estão traçando um novo caminho.
O impacto das crises financeiras e a acessibilidade das novas plataformas de investimento desempenham papéis cruciais nessa transformação. À medida que continuamos a observar essas mudanças, fica claro que o futuro dos investimentos será moldado por estratégias diversificadas e uma maior aceitação de riscos calculados.
Os jovens investidores não apenas adaptam suas carteiras para enfrentar as incertezas econômicas, mas também inspiram uma nova geração a pensar além das normas tradicionais de investimento, buscando sempre o melhor retorno possível para seus ativos.
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