Estudo relaciona secreção de melatonina a sintomas de TDAH em crianças realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Hamamatsu, com a colaboração de diversas instituições internacionais, apontou uma conexão importante entre a secreção de melatonina e a intensidade dos sintomas do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) em crianças.
De acordo com os resultados, publicados na Psychiatry Research Communications, alterações genéticas que interferem na produção de melatonina podem influenciar diretamente o surgimento e a intensificação dos sintomas do TDAH.
O TDAH é um dos transtornos de neurodesenvolvimento mais comuns, atingindo cerca de 5% das crianças ao redor do mundo. Esse transtorno é caracterizado por uma combinação de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Apesar de já se saber que crianças diagnosticadas com TDAH costumam apresentar distúrbios de sono, a relação exata entre o sono e os sintomas da condição não era completamente compreendida – até agora.
A pesquisa descobriu que crianças com variações genéticas que reduzem a produção de melatonina durante a noite manifestaram sintomas mais acentuados de TDAH aos 8 e 9 anos de idade. Para chegar a essa conclusão, os cientistas utilizaram dados do Estudo de Coorte de Nascimentos de Hamamatsu para Mães e Crianças (HBC), que acompanha o desenvolvimento infantil desde o nascimento.
O professor associado Nagahide Takahashi, um dos principais autores do estudo e especialista em TDAH, explicou que “as interrupções na secreção de melatonina podem estar diretamente ligadas às dificuldades que as crianças com TDAH enfrentam para estabelecer padrões regulares de sono”. Ele ainda ressalta que a falta de um sono adequado pode agravar os sintomas do transtorno, criando um ciclo que é difícil de ser interrompido.
Os resultados do estudo são relevantes, pois destacam a importância de práticas saudáveis de sono para crianças diagnosticadas com TDAH. Isso inclui medidas como manter uma rotina de sono consistente, limitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e aumentar a exposição à luz natural durante o dia.
Além disso, o estudo também sugere que a suplementação de melatonina pode ser uma abordagem promissora para controlar os sintomas do TDAH, embora sejam necessárias mais pesquisas para verificar sua eficácia a longo prazo.
Essa pesquisa representa um avanço importante na compreensão da relação entre o sono e os transtornos de neurodesenvolvimento. Com o aprofundamento desses estudos, tanto os pais quanto os profissionais de saúde poderão contar com novas estratégias para ajudar crianças com TDAH a lidarem melhor com seus sintomas, proporcionando uma qualidade de vida mais equilibrada.
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