Poliomyelite: A Necessidade Urgente de Vacinação Infantil ou simplesmente polio, é uma doença viral altamente contagiosa que historicamente afetou milhões de crianças em todo o mundo. Embora a doença esteja erradicada no Brasil desde 1990, uma cobertura vacinal abaixo da meta nos últimos anos aumentou o risco de retorno desse temível vírus. Vamos explorar a importância da vacinação e entender mais sobre essa doença que, apesar de distante na memória, ainda representa uma ameaça real.
A Poliomielite e Suas Consequências
A poliomielite é causada pelo poliovírus, que pode infectar tanto crianças quanto adultos, embora os casos em crianças sejam mais comuns e frequentemente mais graves. Em situações severas, o vírus ataca o sistema nervoso, levando à paralisia muscular. Daí o nome “paralisia infantil”. Apesar de o Brasil não registrar casos desde 1990, a cobertura vacinal tem sido preocupante. Desde 2016, ela tem ficado abaixo dos 95% recomendados, com um alarmante percentual de apenas 72% em 2022.
A Importância da Vacinação
A vacina contra a poliomielite é a principal ferramenta para prevenir a doença. No Brasil, todas as crianças menores de cinco anos devem seguir o esquema de vacinação e participar das campanhas nacionais anuais. Em 2024, a Campanha Nacional de Vacinação acontecerá entre os dias 27 de maio e 14 de junho, com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal e evitar a reintrodução do vírus no país.
Risco de Reintrodução do Vírus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras entidades de saúde têm alertado para o risco do retorno da poliomielite no Brasil. Em 2022, a OMS classificou o risco como “altíssimo”. Juarez Cunha, então presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou em entrevista que a pólio continua a existir em várias partes do mundo, e que a complacência pode levar à sua reintrodução no Brasil. Campanhas como “Paralisia infantil: a ameaça está de volta” têm sido lançadas para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação.
Como a Poliomielite é Transmitida?
A poliomielite é transmitida principalmente através do contato direto com fezes ou secreções orais de uma pessoa infectada. Condições de saneamento precárias, más condições habitacionais e falta de higiene pessoal são fatores que facilitam a propagação do vírus. Embora a doença ainda seja endêmica em países como Afeganistão e Paquistão, não há casos confirmados nas Américas, o que reforça a importância de manter altos níveis de imunização para prevenir a reintrodução.
Sintomas da Poliomielite
Os sintomas iniciais da poliomielite são semelhantes aos de outras doenças virais: febre, mal-estar, dor de cabeça, dor de garganta, dores no corpo, vômitos e diarreia. No entanto, em casos mais graves, a infecção pode causar rigidez na nuca, espasmos musculares e meningite. As sequelas podem incluir dores nas articulações, dificuldade para caminhar, escoliose, osteoporose, paralisia em uma das pernas, paralisia dos músculos da fala e da deglutição, atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.
A forma paralítica da poliomielite, que leva à paralisia infantil, é a mais temida e pode apresentar sintomas como deficiência motora, assimetria na musculatura dos membros inferiores, flacidez muscular e paralisia persistente após 60 dias do início da doença.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da poliomielite é feito através da análise clínica dos sintomas e de exames laboratoriais. Entre os exames utilizados estão o exame de liquor, a eletromiografia e a detecção do poliovírus nas fezes. Não existe um tratamento específico para a poliomielite; o foco é no manejo dos sintomas e na reabilitação dos pacientes afetados. Tratamentos podem incluir fisioterapia para fortalecer os músculos, além do uso de medicamentos para aliviar dores musculares e articulares.
Esquema Vacinal Contra a Poliomielite
No Brasil, são utilizadas duas vacinas para imunização contra a poliomielite: a Vacina Oral Poliomielite (VOP), que contém o vírus enfraquecido, e a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que contém o vírus inativado. A VOP é administrada por via oral, enquanto a VIP é administrada por via intramuscular.
Em 2023, o Ministério da Saúde anunciou uma transição gradual do uso da VOP para a VIP, que será completada até 2024. Esta mudança foi baseada em novas evidências científicas que indicam uma proteção mais eficaz com a VIP. Até que a transição seja finalizada, o esquema de vacinação inclui três doses da VIP no primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses de idade) e reforços com a VOP aos 15 meses e aos 4 anos. Após a transição, apenas a VIP será utilizada, com um esquema de três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e um reforço aos 15 meses.
A poliomielite é uma doença que pode ter consequências devastadoras, especialmente para crianças. Apesar de estar erradicada no Brasil há mais de três décadas, a baixa cobertura vacinal recente representa um sério risco de reintrodução do vírus. Manter a vacinação em dia é crucial para proteger as novas gerações e evitar que a paralisia infantil volte a ser uma realidade. A Campanha Nacional de Vacinação 2024 é uma oportunidade para reforçar a importância da imunização e garantir que todas as crianças estejam protegidas contra essa doença. Portanto, não deixe de vacinar seus filhos e contribua para um Brasil livre da poliomielite.